Gestão de MRO: O Paradoxo 80/20 que Pode Custar Milhões à sua Indústria

30/09/2025

3

Olhe para o seu almoxarifado. A grande maioria dos itens que você vê individualmente, custam pouco. No entanto, a falta de apenas um deles pode ser o gatilho para o maior pesadelo de um gestor industrial: uma parada de produção.

Essa é a realidade da gestão de MRO. Um estudo de caso clássico do Princípio de Pareto, onde 80% dos itens em estoque representam apenas 20% do seu valor financeiro. Por terem baixo custo unitário, esses materiais são frequentemente negligenciados. E é exatamente aí que mora um risco silencioso, capaz de gerar prejuízos milionários.

Antes de Tudo: O que são Materiais MRO?

MRO é a sigla em inglês para Maintenance, Repair, and Operations. Em português, refere-se a todos os materiais que não entram diretamente na composição do produto acabado, mas são indispensáveis para manter a operação funcionando.

Podemos dividi-los em três grandes grupos:

  • Manutenção: Peças de reposição, rolamentos, filtros, lubrificantes.
  • Reparo: Ferramentas, parafusos, soldas, fitas adesivas.
  • Operações: Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), materiais de limpeza, pilhas, suprimentos de escritório.

Majoritariamente, são itens com certa rotatividade e baixo valor, mas de altíssima criticidade operacional.

O Paradoxo do MRO: Baixo Valor, Risco Gigante

O principal erro na gestão de MRO é analisá-la pelo custo do item, e não pelo custo da falta do item. Um parafuso pode custar centavos, mas se a sua ausência impede o reparo de uma máquina-chave, o custo real é o de horas (ou dias) de produção perdida, que pode chegar a milhões.

Uma gestão de MRO inadequada leva a uma série de problemas crônicos:

  • Compras emergenciais: Geram custos mais altos com frete e fornecedores.
  • Excesso de estoque: Capital parado em itens que podem se tornar obsoletos.
  • Canibalização de máquinas: Retirar peças de um equipamento para consertar outro, gerando um ciclo de problemas.
  • Baixa produtividade: Técnicos perdem tempo precioso procurando por materiais.

Se você reconhece algum desses cenários, é um sinal claro de que sua estratégia de MRO precisa de atenção imediata.

Como Transformar a Complexidade do MRO em Eficiência Estratégica

Otimizar a gestão de MRO não é sobre contar parafusos, mas sobre implementar uma metodologia inteligente. Na Spare Partners, abordamos esse desafio com uma visão estratégica que se baseia em alguns pilares:

  1. Diagnóstico: O primeiro passo é entender o seu estoque. Isso nos permite focar nos esforços de controle onde eles realmente importam.
  2. Centralização e Padronização: Muitas vezes, o mesmo item é comprado com diferentes códigos e especificações por setores distintos. Padronizar o catálogo de materiais e centralizar a gestão evita compras duplicadas, facilita a negociação com fornecedores e garante a troca de peças.
  3. Tecnologia como Aliada: A implementação de sistemas de gestão (WMS) e tecnologias como o Almoxarifado Autônomo para itens de alto giro garante um controle preciso, com rastreabilidade total e atualização de inventário em tempo real.
  4. Parceria Estratégica: A gestão de MRO pode consumir um tempo valioso da sua equipe. Ter um parceiro especializado, como a Spare Partners, permite que sua empresa se beneficie das melhores práticas de mercado sem desviar o foco do seu core business.

A gestão de materiais MRO é muito mais do que uma tarefa operacional. É um componente estratégico que, quando bem executado, protege a empresa de perdas massivas e impulsiona a eficiência. Deixar de dar a devida atenção aos 80% dos seus itens de “baixo valor” é um risco que nenhuma operação competitiva pode se dar ao luxo de correr.

Não espere uma parada de produção para rever sua estratégia relacionada à Política de Estoques.

Veja mais artigos

Deixe seu comentário

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *